segunda-feira, 17 de agosto de 2009

4 crianças retiradas à Mãe


Ana Maria Rainho ficou sem os filhos no dia 7, à ordem de um processo que corre no Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira. A falta de condições de habitabilidade é a razão invocada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Salvaterra de Magos para a retirada das crianças.
Mãe pede trabalho para criar os filhos – porque não quer viver dos subsídios do Estado – para ter meios para os sustentar e fazer obras de melhoramento na casa da família.
"De facto, a casa é velha, sem chão, portas interiores e a precisar de reparações no telhado, nova instalação eléctrica e canalização. Mas está sempre tudo limpo. Os meus filhos nunca passaram fome, nunca foram maltratados e vão sempre asseados para a escola", garante a mãe. "Somos pobres, mas felizes e muito unidos", diz.
Até agora, Ana Rainho ainda só viu o menino, de nove anos, que está colocado no lar O Vigilante, a mais de 30 quilómetros de casa. "Quase que morro por ainda não ter falado com as minhas três meninas", lamenta. Têm sete, dez e 13 anos e foram entregues à Fundação Luísa Andaluz, em Santarém.
A vida de Ana Rainho complicou-se nos últimos dois anos, com a doença do marido, falecido em Maio devido a um cancro. "Mesmo quando estava doente, nunca deixei de trabalhar a recolher sucata para sustentar os meus filhos", diz a mulher, que garante não querer "viver do rendimento mínimo", que, de qualquer forma, "já não tem desde o início de 2008".
Neste momento, trabalha apenas quatro horas diárias a fazer limpezas, num café e num cabeleireiro, mas não recusará mais trabalho.
O dono daqueles estabelecimentos, Luís António, considera que a situação de Ana Rainho "é uma injustiça. Esta mulher é uma lutadora que fez sempre tudo pelos filhos", garante.

Sem comentários:

Enviar um comentário